
Dra. Luciana Miele destaca orientações
para uma rotina preventiva que vai além dos exames de diagnóstico da doença,
mas que também tornam o dia a dia mais saudável
Quando o assunto é prevenção do câncer de mama, a primeira
ideia que vem à mente é a realização dos exames clínicos mais conhecidos – como
a mamografia e a ecografia. Mesmo que eles sejam fundamentais para o
diagnóstico da doença, a rotina preventiva deve começar bem antes: ainda na
alimentação e nos simples cuidados diários. Quem recomenda essas e outras
orientações é a Dra. Luciana Miele, especialista em ginecologia, obstetrícia e
mastologia.
Ela é uma das convidadas pela Liga de Combate ao Câncer de
Bento Gonçalves para compartilhar seu conhecimento em vídeo depoimentos que
estão sendo gratuitamente enviados às empresas da região, para que possam ser
replicados a seus colaboradores, criando uma rede positiva de disseminação da
informação. A ação substitui as tradicionais palestras de conscientização do
Outubro Rosa, que, em função da pandemia, não estão ocorrendo no formato
presencial neste ano. Também é possível acessa-los pelos canais da Liga de
Combate ao Câncer de Bento Gonçalves nas redes sociais (para saber mais, visite
www.ligaccbg.com.br).
Dr. Luciana é categórica ao afirmar: a alimentação saudável
é o ponto mais importante na rotina diária de prevenção. "A pergunta que
faço é a seguinte: será que a realização de todos os exames de rotina é o
suficiente para a saúde das mamas? A resposta se dá por meio de uma série de
fatores que ajudam a reduzir os riscos desse tipo de doença, e a alimentação
saudável é o principal deles", considera a mastologista.
Para ela, é preciso dar preferência a alimentos orgânicos
ou com o mínimo de agrotóxicos possível. "Vamos desembalar menos e
descascar mais. Precisamos de comida de verdade, como as nossas avós faziam.
Evitar processados, embutidos, enlatados, refinados e açúcar em excesso",
orienta. Junto com a alimentação saudável, vem a manutenção do peso corporal.
Segundo Miele, a obesidade está diretamente relacionada com tumores e cânceres
hormônio-dependentes – aumentando muito o risco de doenças. "É necessário
conscientizar, também, sobre estar no peso adequado, dentro do que é saudável.
E, nesse sentido, incentivar a prática de exercícios físicos, pois, além da
manutenção do peso, eles auxiliam no bem-estar e na liberação de endorfinas,
ajudando, também, na plasticidade muscular do corpo", pontua.
Prioridade para o sono adequado e intestino regulado
Outro ponto abordado pela especialista é a qualidade do
sono e, claro, sua dosagem correta (de seis a oito horas diárias). "Dormir
bem é importante para a reparação das células, liberando substâncias e
hormônios para a síntese de diversas reações no organismo", explica. Ao
mesmo tempo, a regulagem do intestino se conecta a questões decisivas para o
surgimento de doenças, como o câncer de mama. "O intestino é considerado
nosso 'segundo cérebro'. Se esse órgão não estiver funcionando bem, pode
ocorrer um acúmulo de estrogênio – hormônio feminino que, em excesso, é danoso
à saúde das mamas", enfatiza.
Equilíbrio na saúde mental
Mesmo que aparentemente distante de questões ligadas ao
câncer de mama, a harmonia entre saúde mental, gerenciamento do estresse e
relações interpessoais faz, sim, diferença na prevenção. "Nunca antes
havíamos nos dado conta do quão importante é termos esses aspectos de nossas
vidas funcionando de forma equilibrada. O estresse crônico acaba levando ao
acúmulo de uma série de substâncias que fazem mal ao organismo", pontua.
Ao lado disso, é preciso cuidar de problemas metais, como a
ansiedade em excesso e a depressão, especialmente pelo atual momento. "É
muito importante, também, colocarmos as relações interpessoais como prioridade.
É tão bom quando temos por perto pessoas que amamos, que nos aquecem e nos
afagam em momentos de dificuldade. Vamos rir, abraçar, amar e tentar sermos
mais felizes", enfatiza a médica.
Onde buscar suporte
A Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves presta, há
mais de 40 anos, trabalho assistencial para pacientes acometido pela doença e
prestando suporte a seus familiares. A atuação precisou se reinventar por conta
das restrições impostas pela pandemia – descobrindo novas formas de atuação
para garantir o suporte a quem precisa. Muitos atendimentos têm ocorrido de
forma virtual – processos são agilizados pelo whatsapp, especialmente os que
envolvem consecução de remédios, liberação de exames e repasse de doações.
Apenas os trabalhos presenciais, que envolvem os grupos de apoio, foram
suspensos – e transferidos, também, para a modalidade virtual.
A Liga de Combate ao Câncer tem, hoje, uma estrutura
completa para ajudar quem foi diagnosticado com a doença. A entidade oferece
assistência no tratamento e mantém uma valiosa rede de apoio que ajuda os
pacientes em tratamento também no aspecto psicológico, fundamental para
garantir seu bem-estar e dar forças para batalhar contra o câncer. Informações
podem ser obtidas pelo fone (54) 3451.4233, ou pelo celular 9.9182.3167 e
também pelo site www.juntoscomaliga.com.br